Aparentemente estou viciado em música

No final do ano passado, fiquei muito empolgado com a tão esperada retrospectiva do Spotify. Sou um ouvinte assíduo de ondas sonoras harmônicas e mantinha uma média de 10 mil minutos ouvidos no famoso app verdinho. No entanto, acabei me tornando um pouco obcecado com essa ideia de analisar os minutos que passava no aplicativo. Era como se eu estivesse usando meu reprodutor de música como uma rede social, sentindo-me na obrigação de estar sempre ouvindo alguma coisa. Nunca deixava de escutar música, a ponto de quase ficar de saco cheio disso.

Cheguei a uma média absurda de 270 músicas ouvidas por dia, segundo meu Last.fm (uma rede social de música). Cada quadradinho que eu via no Twitter, mostrando as "10 músicas mais ouvidas da semana", me motivava ainda mais a ouvir mais e mais música. Mas percebi que não estava escutando porque queria ou sentia vontade, e sim apenas para manter aquela média.

Como sou uma pessoa que resolve seus próprios problemas de maneira muito inteligente (#peada), decidi cortar totalmente o uso do Spotify. Comecei a assistir mais clipes e passei a ouvir minhas playlists no SoundCloud. Por incrível que pareça, isso funcionou MUITO bem. Comecei a redescobrir músicas que realmente gostava, voltei a ouvir álbuns completos (algo que já tinha parado de fazer há algum tempo) e, de agosto a outubro, resolvi censurar meu antigo modo de consumir música.

Em resumo foi um período bem atrapalhado desse meu ano, mas no final deu tudo certo, hoje já estou curado dessa maluquice que me pegou, e espero que não aconteça novamente, sinto que estou prestes a comprar discos de vinil e fitas.